Time de humoristas se une para fazer rir nos cinemas
Fábio Porchat e Dani Calabresa são dois dos maiores nomes da comédia nacional, tanto na nova leva de humoristas quanto quando comparamos os nomes numa escala geral do país. Além de terem milhões de seguidores e serem super versáteis, atuando em diversas frentes em múltiplos formatos (apresentadores, podcasts, televisão, audiovisual etc), os dois também já atuaram muito juntos em vídeos para o canal ‘Porta dos Fundos’ – que alavancou a carreira de diversos comediantes na última década.
Porém, apesar das inúmeras parcerias nos vídeos do Youtube e nas apresentações de premiações, os dois nunca antes haviam atuado juntos em um longa-metragem – ausência no currículo de ambos que acaba de ser corrigida no filme ‘O Palestrante’.
Guilherme (Fábio Porchat) trabalha em uma empresa que literalmente suga suas energias. Com um chefe babaca (Ernani Moraes) que faz piadinhas constrangedoras e uma colega de escritório (Débora Lamm) que sempre o chama para um happy hour para o qual ele nunca tem tempo, apesar de tudo Guilherme gosta de sua vida.
Até que o chefe o demite e sua noiva (Letícia Lima) o troca por um ortodontista, levando todas suas coisas embora às vésperas de eles comprarem uma casa própria. Vendo-se de repente sem chão, o rapaz decide aproveitar uma viagem a trabalho para o Rio de Janeiro, mas, ao desembarcar, se faz passar por outra pessoa tão somente para provar a si mesmo que consegue voltar a ser um cara divertido e descolado.
O que ele não imaginava era que a furada em que estava se metendo o obrigaria a dar palestras motivacionais durante todo um final de semana para a empresa de Denise (Dani Calabresa), pois os funcionários não gostam dela e ela acredita ser esta a última oportunidade para fazê-los mudar de ideia.
Com roteiro do próprio Porchat com Cláudia Jouvin, o longa é centrado nesse protagonista que acaba se metendo numa espiral de mentiras que o leva à beira de suas emoções. Enquanto atravessa sua jornada pessoal, os outros personagens vão satelizando seus aprendizados, pois toda vez que Guilherme/Marcelo dá uma palestra, também ele se reconecta consigo mesmo.
Mas, para o filme, acaba que esses outros personagens ficam com pouco espaço para crescerem dentro do longa, limitando-se a cenas com moldes repetitivos.
Há, porém, dois destaques maravilhosos que valem o filme: a participação de Rodrigo Pandolfo (o filho da Dona Hermínia de ‘Minha Mãe é uma Peça’) como um rapaz rico mimado, que em determinada cena tem um surto psicótico e dá um show de atuação, mostrando o quanto evoluiu em sua técnica; e o par Maria Clara Gueiros e Antônio Tabet, donos das melhores piadas e momentos do filme, sendo que Tabet recupera seu clássico personagem Peçanha para viver um motorista que descobre o segredo de Guilherme e se aproveita disso.
Cravado em uma hora e meia de duração, o filme de Marcelo Antunez tem seus momentos de romance, mas é na comédia que acerta. ‘O Palestrante’ funciona mais para o público adulto, não tanto pelo conteúdo, mas sim pelo universo em que se passa o enredo – mundo do trabalho, das decepções, dos boletos.
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